quarta-feira, 18 de julho de 2012

Do "porqué" ao "como"



Após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, a filha do conhecido evangelista americano Billy Graham, Anna Morrow, respondendo à pergunta de um jornalista que lhe desafiou a dizer onde estava Deus naquele momento, tentou encontrar justificações nas atitudes recentes dos americanos, como deixar de ler a Bíblia e orar na escolas, não repreender os filhos, liberalizar o aborto ou massificar a pornografia. É claro que ela contornou a pergunta, no entanto deu a entender que os atentados poderiam ser um castigo divino. Não creio nessa tese, longe disso, caso contrário o mundo estaria destruído há séculos.

O meu professor de Panorama da Cultura Universal, Jorge Ramos,  Pruna, um ateu confesso, com quem passava horas em profundas e profícuas conversas, disse-me um dia que o livo de Jó, que se encontra na Bíblia, era, para ele, a maior obra da literatura universal. É claro que ele fazia uma análise do conteúdo, da beleza, do texto, do que da forma do livro, que ele considerava um produto da criatividade genial do seu autor. Para ele o fantástico da obra era a falta de respostas ou a abundância delas.

Nas duas situações acima, tanto o jornalista que fez a pergunta a Anna Morrow como os amigos de Jó no livro sagrado estavam mais preocupados com o "porquê". Ou seja, porque permitiu Deus que os Estados Unidos fossem alvo de tão bárbaro ataque e porque Jó estava a sofrer como se pode ler no seu livro. Perguntas naturais, de seres humanos que, de repente, sentem-se impotentes frente a eventos aos quais não conseguem fazer frente.

Como jornalista há 23 anos, a palavra "porquê" é parte integrante da minha agenda diária. É uma das seis perguntas que um jornalista deve fazer e/ou fazer-se ao elaborar um texto. 

Como se pôde ver nas duas situações referidas anteriormente, o "porquê" está intimamente ligado ao ser humano, à sua inquitação permanente de conhecer a razão das coisas.

O próprio Jesus foi confrontado com a mesma pergunta quando alguns, acompanhados de um cego,  se aproximaram dele  e queriam saber se a cegueira do homem era consequência do pecado dos pais, por exemplo. "Claro que não!", respondeu Jesus e mostrou que mais do que saber o "porquê", é conhecer o "como". Ou seja, como uma situação dificil pode abrir caminho a uma outra bem melhor.

A lição que nos fica é que em vez de tentarmos saber o "porquê" das coisas, procuremos conhecer "como" Deus irá se glorificar em cada momento. Como se pode ver na imagem que ilustra este texto, não nos preocupemos com a ponte, mas sim em como será a margem do outro lado.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Entre o bem e o mal...eu decido


Desde que o mundo é mundo, de uma forma ou de outra, com maior ou menor profundidade, com recurso aos mais diversos fundamentos, o ser humano reconhece, ainda que epidermicamente, existir uma luta entre o bem e o mal. Ela está presente no nosso dia-a-dia, desde o menor ao maior gesto, da insignificante à mais importante das nossas decisões.
É verdade que por muitos motivos, por interesses díspares e por realidades diferentes, o homem procura reconhecer nesta luta outras lutas, mas, sempre, quando reclina a sua cabeça no travesseiro ou quando desce ao mais profundo do seu ser, ele se depara com o real ringue da vida: entre o bem e o mal.
Não vou me deter numa análise histórica, filosófica, ideológica ou até teológica desse fenómeno, porque não pretendo chover no molhado, mas tão somente trazer à nossa reflexão essa realidade, a qual cada um de nós identifica da forma que quiser ou sentir. Por mais voltas que dermos iremos chegar à mesma conclusão, independentemente das crenças, tradições, experiências ou religiões.
Muitos têm procurado explicar essa luta, outros até tentam escondê-la, mas, pelo contrário, o melhor que se deve fazer é reconhecer essa realidade e enfrentá-la. A não confrontação dessa realidade existencial e, pior, a sua negação têm levado milhões de pessoas a uma vida sem sentido nem substância, à depressão e ao suicídio.

Existe uma batalha acima da nossa realidade, porque o mundo não se resume à carne e aos ossos que nos dão forma. A Bíblia explica claramente a existência de uma luta permanente de "principados e potestades" contra Deus.

Ao dissertar, com forte inspiração divina, o escritor bíblico Paulo reconheceu e quase jogou a toalha dizendo: "não faço o bem que eu quero, mas o mal que eu não quero". Ele não mais fez do que identificar a grande luta que todos nós travamos diariamente e mais: a fraqueza do ser humano estar sozinho no meio dessa luta. Mais à frente, o próprio Paulo concluiu que pode tudo em Cristo que lhe dá forças para vencer a sua luta entre o bem e o mal.

É possível, sim, vencer e ser do bem. Basta olhar para o bem e seguir o caminho do bem, que se resume em Deus. Ele é o Bem e n´Ele conseguiremos fazer o bem cada dia. Basta querer!